Rap

Grafite: A Arte Hip Hop.

     Após tanto tempo, é hora novamente de falar sobre algum ritmo. O Assunto dessa vez, assim como viram acima no título da postagem, é o Rap. Mas, pra começo de conversa, você sabe o que é o Rap? E o Hip-Hop? Qual a conexão entre eles? Pois bem, isso e muito mais veremos a partir de agora.
     Para começo de conversa, o Hip Hop não é um gênero musical como muitos pensam, mas sim uma cultura. A cultura Hip Hop é formada por quatro pilares principais, os quatro principais são: Breakdance (dança), escrita Grafite (a "arte"), o DJing (Som) e o Rap (as rimas). Assim, o Rap é uma parte integrante das que formam o Hip Hop. Muitos acreditam que o Rap se trata de ser o mesmo do Hip Hop só que em versão brasileira, um grande erro dos leigos (pessoas que não entendem de determinado assunto).

      Para falar do Rap não é necessário falar do Hip Hop antes, mas vamos ver brevemente sobre essa cultura. Os pilares citados acima, fora o Rap são:

Escrita Grafite: a arte expressa em letras e desenhos em lugares públicos. Muita gente confunde pixação e grafite como uma única coisa, mas esse é somente mais um erro. O grafite é somente feito pelos grafiteiros em locais em que lhes foi permitido fazer esses desenhos. Inclusive é até considerado um trabalho, pois muitas vezes estes são contratados para fazer seus desenhos em escolas e outros locais por exemplo. No caso da pixação, ela é apenas um ato de vandalismo, sem nenhuma ligação ao Grafite. Existe uma lei que diferencia a arte grafite e a pixação.

DJing: A base musical para os outros pilares. Um DJ (abreviação de Disc Jockey, que é mantido em inglês) faz colagens rítmicas e "mexe" com as músicas. Atualmente os DJ's podem ser vistos como profissionais da música, já que hoje em dia os recursos são bem mais numerosos no que diz respeito a "alteração musical".

Breakdance: a famosa dança de rua. No seu início era tida como uma forma de expressão, mas com o tempo evoluiu e hoje se encaixa mais como "desafio musical". No sentido de desafio musical os B-Boys, assim denominados, se confrontam uns com os outros, ou em grupos contra grupos, para disputarem quem tem o "melhor passo".

     Existem mais dois pilares, talvez não tão importantes e destacáveis como os outros quatro, mesmo assim vamos citar:

1. Beatbox: Sons e batidas produzidas com a boca, como se fosse uma verdadeira caixa de som.
2. MC's: Os mestres de cerimônia, enquanto os DJ's se fixam na sonoridade, os MC's são responsáveis pelo vocal, criando rimas e animando as pessoas (no caso de festas do estilo).

Marcelo D2. Rapper fluminense.

     Finalmente partimos ao Rap. O gênero é nada mais, nada menos que as rimas criadas quase que instantaneamente para acompanhar o som tocado pelos DJ's. Pelo menos era isso. Atualmente, o Rap é considerado como um ritmo musical, as letras com ou sem rimas são acompanhadas por batidas rítmicas, agora sem a presença de um DJ, (estes hoje em dia são relacionados a Eletrônica).
    As letras do Rap costumam variar, porém a maioria fala de histórias relacionadas ao Rapper (MC's acabaram sendo relacionados ao Funk) e do seu meio, falando de como é a vida nas ruas, da sociedade atual, da política e etc. O Rap transmite a realidade exposta que as pessoas ignoram.  Os problemas da sociedade são o principal tema desse estilo. Porém existem, é claro, músicas desse ritmo que fogem a esse tema, músicas que seguem o tema de outros gêneros: amor, sofrimento, amizade; tais valores que também são utilizados nas letras de Rap.

Abaixo ouçam as músicas "Vagalumes" de Pollo e "Um Mundo Melhor" de Facção Central (com parte de Gilberto Barros).

     Notem que "Vagalumes" segue a temática dos outros gêneros e o amor é o "valor" escolhido pra música, por outro lado, "Um Mundo Melhor" fala da sociedade e do seu estado atual, esta sendo a temática mais usada.
     Infelizmente, muita gente entende o Rap como "música de bandido", discriminando todo o gênero e a cultura Hip Hop, mas não é sem motivo. É possível compreender esse pensamento, pois muitos dos Raps brasileiros, no passado eram de origem fluminense (nenhuma relação com o time de futebol de mesmo nome), e a maioria dos rappers fluminenses falavam de assuntos ligados a criminalidade, como a vida de foragido, tráfico e etc. Porém, de tal modo, ainda assim sendo um modo de expressão, mesmo que essa expressão venha de alguém que a sociedade exclua (já que os rappers que cantavam tais músicas moravam em favelas, ou simplesmente eram criminosos realmente).
     Hoje em dia o Rap não mudou tanto, afinal continua sendo um modo de expressão por aqueles que o cantam, suas letras continuam a falar do rapper e "seu meio", da sociedade e seus problemas e outros assuntos. O gênero Rap, e não somente ele, mas também toda a cultura Hip Hop, já foram e ainda são muito discriminados, porém é um gênero bom e suas músicas trazem temas concretos dentro de batidas envolventes que nos levam a simplesmente a cair nesse ritmo.